quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Me aventurando na internet. 1 - Prefácio: O que a carência não faz.









Eu e minha ex-namorada, a última, vivíamos muito juntas, tínhamos uma vida quase que simbiótica! Nos víamos todos os dias, eu frequentava a casa dos pais dela nos fins de semana, cozinha as vezes lá, me apeguei a sobrinha dela. Batia papo e bebia com o meu cunhado. E o melhor, viajávamos muito juntas, por ano viajávamos pelo menos 4 vezes, tanto para perto quanto para longe. E adorávamos a companhia uma da outra.

O problema veio quando , ela queria que os meus sonhos fossem os delas, que eu fizesse só o que ela queria, ou quando nenhum dos meus amigos prestavam e o ciúme , tanto meu quando dela ficavam a mil. E ambas, nos sentimos sufocadas com esses problemas, eu digo ambas, porque hoje eu vejo que ela também estava sufocada, ela queria que eu visse o mundo com os olhos dela que tinha 10 anos na minha frente. Mas enfim, esse é o maior problema quando há uma diferença grande de idade em um relacionamento. Terminamos o relacionamento de uma forma não amigável, ela não aceitou bem e eu estava decidida a tomar as rédeas da minha vida de volta. Ou era eu ou teria que abaixar a cabeça sempre. 

Um buraco tomou conta da minha vida. Não tinha mais ninguém para conversar no fim da noite, não tinha ninguém para dormir abraçada, não tinha ninguém para brigar, não tinha mais a sobrinha postiça, não tinha mais alguém que estava me incentivando , não tinha mais alguém que lutava e brigava por mim. Meu apartamento estava vazio, silencioso, eu estava sozinha. Ao mesmo tempo que eu conseguia respirar melhor, sem tanto peso e cobrança em cima de mim, eu estava sozinha demais. E esse é o problema quando você coloca a sua vida na mãos de outra pessoa, quando você deixa os seus sonhos de lado para viver os dela. Quando ela sai da sua vida, você fica perdido, em crise, e qual é  a primeira coisa que você faz?


Passei um mês indo no único lugar gay que sobrou em Salvador, a San Sebastian, mas encontrei sempre as mesmas caras, os mesmos viados, as mesmas sapas, nenhuma me chamou atenção....

Decidi me aventurar pela internet, baixei o “Brenda” , busquei os "points" lésbicos
Cibernéticos, mas não tenho tido sorte. Estou circulando, mas sabe de uma coisa? Eu não estou nem um pouco a fim de namorar, por enquanto. Tô querendo é conhecer pessoas... Jogar conversa fora e trocar experiências. 

Esse é último post nostálgico, viu?! Cansei desse mimimi.......

Despeito, eu senti. Admito!




Meninas, me ajudem! É normal uma pessoa ficar despeitada quando sabe que a ex está namorando? Ontem eu me senti super despeitada quando soube que a minha ex-, aquela que não queria terminar, quem eu tinha certeza que ainda me amava, aquela que eu até estava reconsiderando a possibilidade de volta depois de um turbilhão de mensagens que eu recebi no meu aniversário. 

Mas na verdade o que mais me sensibilizou ontem foi a gravação que a minha "ex-sobrinha" me mandou por whats' app .  Ela pegou o celular da minha ex-sogra, viu minha foto, clicou no ícone de áudio e gravou uma mensagem linda pra mim. Ela me perguntou porque eu sumi, se eu ia hoje ou amanhã vê-la, porque ela estava com saudade e que me amava muito e para sempre. Como não se sensibilizar, né? Eu fiquei muito emocionada, porque eu tenho um amor muito grande por aquela criança e ela por mim. Essas coisas a gente não explica, né?!

Bem, acho que de alguma forma essa atitude dela gerou algum burburinho na casa de minha ex. rs Porque ela que tinha esquecido do meu aniversário resolveu me dar os parabéns e começamos a conversar sobre isso. Nosso término não foi muito bom, aconteceram muitas coisas chatas, ela não queria terminar e eu já estava cansada do relacionamento e no final dei um ponto final. Eu aproveitei a oportunidade e disse tudo que eu tive necessidade de dizer, que eu sempre quis dizer e nunca disse, calma gente que não tem nada de mágoas, nem nada. 

E no meio da conversa ela disse que estava namorando. Menina, eu tive um baque! Parei e comecei a rir de nervoso. Mas, na verdade,  ri das voltas que o mundo dá! Me senti super despeitada, sabe quando a gente perde o território? Depois eu me dei conta que eu que quis terminar. Eu ia ter o trabalho de ficar chateada e depois deixar de ficar chateada, porque o relacionamento deu certo pro 3 anos, mas depois não.  Se eu tivesse no meio da minha paixonite que eu tive de dois meses, eu não iria estar nem aí, mas eu estava solteira, sensível e com saudade do que tinha vivido de bom. E isso me tocou, apesar de eu saber que se voltássemos nunca daria certo!

Engoli meu despeito, meu orgulho e disse de forma sincera , juro que foi sincero, que eu estava feliz por ela estar feliz. Que ia marcar com a minha ex-cunhada pra ver a minha ex-sobrinha, porque ela não tem culpa , né? E laços construidos a partir do amor não se quebram facilmente. Graças a Deus todos da família dela gostam de mim, me tratam super bem. Consegui desfazer uma imagem negativa que as outras "ex" construíram na casa e na família dela. Espero sinceramente que todos abracem o novo amor dela. Agora cá entre nós, eu estava achando super estranho a aproximação de alguns membros da família dela nos últimos tempos. No meu aniversário tudo bem, mas deixa quieto.

Agora, veio uma coisa na minha mente, será que ela está falando a verdade? Porque depois que eu falei que estava despeitada ela disse que eu não me abalava por nada  e que quando a gente gosta fica assim mesmo.  Bem, deixa isso quieto, não mexer no que já está morto e enterrado. Já era! Acabou e está na hora de virar a página!

Meninas, estou solteira  se você for interessante deixa eu saber que você existe. rsrs

Um beijo a todas!


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Fonte Sagrada da Curiosidade alheia!



Quando a gente sai do armário em um contexto em que não há muita informação, ou não há outro gay dentro da família, nós nos tornamos a "fonte sagrada" de todas as curiosidades homossexuais de tios, primos , amigos de tios, amigos de primas, amigos e amigos de amigos. Muitos se sentem tão íntimos,  isso por saber de algo da sua intimidade,  que sem nenhum pudor começam a fazer perguntas sobre sexo:

- Mas me diz, e ai?
- E ai, o que? (Com cara de "aff" )
- Como é?
- Como é o que?
- Você sabe do que eu estou falando!
- Não, não sei, não!
- Tá! Quem é o homem?
- Não existe nenhum homem. Somos duas mulheres.
- Tá, mas como é que vocês fazem?
- Pra....?
- Desisto!!

Claro que na hora que a pessoa começa a perguntar esse tipo de coisa todo mundo para de fazer o que estava fazendo pra ouvir a resposta. rsrs  Nada melhor do que se fazer de desentendida, não temos a obrigação de sanar as curiosidades de ninguém, eu mesma quando fiquei curiosa fui correr atrás de matar a minha curiosidade. Mas tem gente que não tem noção, né?!

Vocês também já passaram por isso?

Escrevam a sua história nos comentários!

Beijos, beijos..

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Laís Souza sai do armário!





Hoje acordei, abro o meu face e me deparo com uma enxurrada de noticias sobre a "Saída do armário" de  Laís Souza. TODOS, isso mesmo, TODOS os jornais que eu leio todos os dias estampavam a notícia! " Ex-ginasta Laís Souza revela que é gay" E veio na minha mente, suspeitei desde o princípio! Haha  Coloquei  o termo saída do armário entre aspas porque tenho a impressão que para a família, os amigos e colegas de profissão isso não era segredo.

Pra mim, Laís foi corajosa e muito inteligente. A Orientação sexual dela nada tem a ver com o seu rendimento enquanto atleta e se assumir em um outro momento fatalmente faria com que o projeto de lei que garante a sua subsistência , e serve de base para um novo projeto que possibilitará a melhoria de garantias  e profissionalização de outros atletas perdesse o foco e a efetividade. Hoje com o seu direito assegurado, com esperanças de recuperar os movimentos,  Laís se sentiu a vontade de falar abertamente sobre sua sexualidade. O que é louvável, diga-se de passagem! Pois ela se torna referência para muitas meninas lésbicas que são ou que querem ser atletas e que se escondem, ou que não são felizes pois tem medo de ser como são.

Queria parabenizá-la e dizer que pessoas como você me dão muito orgulho de ser lésbica e de continuar trabalhando para que os nossos direitos sejam respeitados e para criação de políticas públicas relacionadas às necessidades e direitos LGBTs. 

A visibilidade que Laís trouxe à homoafetividade, de uma forma leve, natural e sem muito peso gera uma mudança no padrão de pensamento das pessoas em geral, faz também com que nossa família pense e reflita  sobre o assunto. Se na esfera federal isso se tornou um imbróglio, podemos fazer a nossa parte a partir de nossa casa, consequentemente da nossa cidade, do nosso estado para finalmente ganharmos espaço novamente no  nosso Congresso da  República!

Beijos meninas, saudades de escrever aqui!