domingo, 31 de julho de 2016

Quando se tem para onde ir


Gostaria de utilizar esse espaço para reproduzir integralmente esse texto publicado no G1.

Muitas vezes nos mantemos no armário por imposições sociais, por medo de sermos rejeitados, mas o maior causador é a homofobia interna. É o medo que nós mesmos temos das consequências que vem junto com o ato de se assumir.

"

A associação que ajuda idosos a se assumirem gays na Argentina

Criado por um casal de lésbicas, centro promove grupos de apoio e atividades culturais para homossexuais com mais de 65 anos.

Marcia Carmo 

De Buenos Aires para a BBC Brasil

Susana Blois (à esq.) e a companheira Nora (Foto: Arquivo pessoal)


Embora mantenha um relacionamento com uma mulher há mais de duas décadas, a psicóloga argentina Susana Blois, de 71 anos, considera que apenas recentemente conseguiu "sair do armário".

"Nós somos nossos próprios algozes homofóbicos por medo, por achar que não vão nos entender, que vão nos recriminar", conta ela, que diz hoje se sentir "mais tranquila" consigo mesma.
Blois atribui essa guinada em sua vida a um contato maior com gays de sua geração, viabilizado por uma associação que ajuda idosos argentinos a aceitarem e, caso queiram, assumirem sua orientação sexual perante a sociedade.

"Não tenho por que me esconder, como se estivesse fazendo algo errado ou cometendo um pecado. Hoje vivo melhor comigo e com as pessoas ao meu redor."

Criado há seis anos para oferecer ajuda psicológica, atividades culturais e integração entre homossexuais que já passaram dos 65 anos, o centro foi uma ideia foi uma ideia do casal Graciela Balestra e Silvina Tealdi, que notou uma lacuna no apoio a esses integrantes da comunidade LGBT.

"Percebíamos que nos 'lugares hétero' havia sempre alguém buscando um marido ou uma esposa para a pessoa que não estava interessada. Notamos que faltava esse lugar de encontro para idosos gays", diz Graciela.

Localizado em um sobrado no bairro de Almagro, em Buenos Aires, o Centro de Aposentados e Pensionistas Lésbico-Gays da Argentina - antes conhecido como "Puerta Abierta a la Diversidad" (Porta Aberta à Diversidade) - promove oficinas de teatro, ginástica e festas em sua própria pista de dança.

Nos grupos de reflexão, pessoas como Susana compartilham experiências de vida e histórias de preconceito.

"É um lugar para que as pessoas falem sem medo. Aqui, muita gente com mais de 70 anos disse pela primeira vez, em voz alta: 'eu sou gay'", diz Graciela.

Ela própria tem uma história de aceitação.

"Eu vivia doente, sufocada por não poder contar o que sentia. Até que decidi parar de fingir", diz sobre como, aos 36 anos e com duas filhas pequenas, decidiu deixar o marido após dez anos de casamento.

As crianças, conta Graciela, foram as primeiras a saber de seu amor por Tealdi. E aceitaram bem: no Dia das Mães, compraram presente para as duas, com quem moram.
A engenheira tornou-se psicóloga e desde então ajuda outras pessoas a enfrentarem seus medos. "Sempre digo que a verdade é melhor que a mentira."

'Tudo era repressão'

Já o caso de Susana reflete um sofrimento comum a muitas pessoas que ela conheceu no centro.
Mãe de um casal de filhos e avó de três netos, ela conta que desde jovem sentia atração por mulheres.
"Mas o rigor da sociedade me levou a ocultar meus sentimentos. Eu até me casei, mas quando meus filhos se tornaram adolescentes me apaixonei por uma mulher e me separei do meu marido", diz.

Com fala suave e gestos delicados, ela relata que, por ter trabalhado durante anos em uma clínica que atende crianças com deficiência, conseguiu ensinar aos filhos que o "diferente" faz parte da vida, e deve ser tratado com respeito.
"Por isso não foi tão difícil que aceitassem. Eles nunca me censuraram."
Mas no início, lembra, até mesmo a autoaceitação foi complicada.

"Eu tinha 36 anos quando me apaixonei por uma mulher. Na época, chorava sozinha e me perguntava por que aquilo acontecera comigo. Eu me culpava. Na época, não existia a liberdade dos dias de hoje e era ditadura na Argentina. Tudo era repressão."
Susana se vê hoje mais livre, por poder falar de sua opção sexual e apresentar sua namorada a suas amigas do grupo de reflexão.

"Participar do grupo, especialmente dos encontros de reflexão, me ajudou a me mostrar ou, como dizem, a 'sair do armário'", conta sorrindo.

No grupo, Susana aprendeu a trabalhar o "boicote interno". Ela afirma que esse aprendizado, iniciado há quatro anos, foi essencial para que ganhasse confiança para apresentar a massagista Nora, de 60 anos, a segunda mulher pela qual se apaixonou, como sua parceira.

Para ela, o fato de a Argentina ter uma legislação que permite o casamento entre as pessoas do mesmo sexo desde 2010 - foi o primeiro país da América Latina a aprovar a lei - contribuiu para uma maior aceitação, principalmente nas grandes cidades do país.

Questionada sobre as dicas que daria, como psicóloga, às pessoas que passam pelos mesmos desafios, respondeu:
"Comece a pensar primeiro se esse medo faz sentido, se não é uma opressão interna, e não do outro, que pode estar disposto a te ouvir. Comece a pensar que esse medo pode estar te impedindo ser feliz."

Fonte: G1

Agora essas pessoas na Argentina, tem para onde ir, tem com quem compartilhar seus medos, angustias e conseguem trabalhar a homofobia interna e finalmente são felizes.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Conselho de uma bi




Eu acho bacana quando a pessoa sabe se autodefinir, quando ela tem consciência do que gosta e do que quer. Existem pessoas nessa vida de meu Deus que adoram criar eufemismos, adoram atenuar algo, amam usar e abusar do subterfúgio do "politicamente correto". Nessas minhas andanças , volta e meia me deparo com essas pessoas  e recentemente não foi diferente:


- Você é bi, então?
- Sim,  algo contra?
- Não, claro que não. Cada um é que sabe de si.
- Ah, sim.
- Eu sou lés. Algum problema?
- Não, jamais! Mas posso te falar uma coisa?

-  Claro!
- As lésbicas são muito loucas, não se autodefina assim.
- Ué! Mas eu não sou louca e sou lésbica.
- Mas você é tão linda! Diga que curte mulheres.
- Mas eu curto mulheres.
- Quer um conselho? Faz como uma amiga minha, diga somente que curte a feminilidade!
- KKKK Gostei da sua amiga! Mas posso te falar uma coisa?
- Deve!
- Apesar de ser bonita, feminina e um pouco chatinha, eu sou lés! Não tenho pra onde correr! rs

Eu tenho que ver o que eu estou fazendo ou pensando para atrair esse tipo de gente, porque pelo amor, viu!?


-

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Não tem pra onde correr!




Apesar de já ser assumida há algum tempo para todas as minhas amigas e para todos os meus amigos, muitas vezes muitos insistem em querer discutir ou conversar sobre  a minha sexualidade, principalmente quando eu fico solteira. Pra mim é complicado ter que ficar reafirmando para algumas amigas e principalmente para minha irmã , que tem certeza que ainda é uma fase, olha o que aconteceu recentemente :

No bar do alemão (Caramuru) na Cira:


- Acho melhor você dizer que é bi, soa menos agressivo.
- Eu sou lés, não tem pra onde correr!
- Será? Mas você não parece lésbica!
- Eu tentei, tentei, tentei e tentei namorar com meninos... Você bem sabe!
- Então, tá vendo ai?
- Mas  não conseguia me apaixonar pelos meninos, coitados! 
- Deve ser porque você é uma mulher de um homem só! rs
- Entenda, no meio do relacionamento sempre aparecia uma menina que eu me interessava... 
- Hum....
- Ai, eu terminava com o menino pra não traí-lo.
- É, realmente, não tem pra onde correr! 
 Mas posso te falar? Depois que eu parei de surtar com isso, eu me aceitei melhor e tudo caminhou a contento em minha vida.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Eu ri muito!!

Vi aqui. 

Me aventurando na Internet - Cáp. 3 "Ginja"






Bem, não tem conceito nenhum pra ser refeito quando não é pra ser. Mas eu  comecei a escrever esse texto não foi pra falar disso. Na verdade, eu escrevi para aconselha-las meninas. Primeiro, não minta na internet, você vai ser pega!  Segundo: Quando for conhecer uma pessoa pela primeira vez, lave o seu cabelo! 

Não saia de casa com o cabelo colado no casco, seboso, embaraçado, as pessoas percebem isso! Sentem o cheiro de suor. Se cuide, tenha um pouco de vaidade, lave o cabelo pelo menos duas vezes por semana. Eu sei que as vezes a gente não tem esse tempo todo para cuidar do cabelo, mas gente, pelo amor, não saia de casa para conhecer alguém com o cabelo sujo!

Vou falar pra vocês, não foi o fato dela ter mentido sobre ser feminina, não foi o fato de comer com a boca aberta, nem as bobagens e historias mentirosas que ela contava que me fez ficar com “ginja” dela, foi o cabelo. Aquele cabelo sujo me deu coisas. Juro que comecei a beber para parar de olhar para o cabelo e piorou a história. E no final me despedi, ela ficou sem entender nada e ficou a primeira lição do bate-papo na internet: - As pessoas mentem e muito! Nem tudo é o que parece.

Meninas, eu meio que me viciei  nessa história de conversar com pessoas desconhecidas, fiquei mais ou menos um mês entrando esporadicamente, eu tenho vários relatos para contar, espero que tenham gostado e rido um pouco. Tá , admito que fiquei com preguiça de terminar a história! Rsrsrsr Até a próxima!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Me Aventurando na Internet. Cáp.2 - Já começou errado!






Ela tinha dito que era feminina, magra e baixinha. (Eu tenho queda por baixinhas! Elas são o cão, mas amo!) Pela foto do whats era, apesar de magra demais, bonita. Marcamos o bendito encontro.

Marcamos no farol da barra, estava uma tarde linda, o povo tocando violão, muita gente sentada na grama esperando o pôr do sol. Cheguei antes para aproveitar e “limpar minha mente” com aquela vista deslumbrante. 

Minha gente, quando a criatura chega..... Gente , eu juro por Deus que eu queria ir embora naquele momento! A mocinha parecia um menino tentando vestir roupa de mulher, ela estava desconfortável com aquela roupa feminina. Eu não tenho nada contra bofinhos, acho que o bofinho tem o seu valor e que são lindas. Mas ela tinha mentido pra mim, já começou errado! 

Gente e como faz para disfarçar, hein? A tratei educadamente, fiquei com cara de paisagem e falei, vamos comer alguma coisa? Fomos. Se arrependimento matasse, eu estava mortinha. A criatura comia com a boca aberta, e falava comendo e eu olhando com cara de paisagem. Eu não ia aguentar aquela situação de cara, né? Comecei a beber, bebendo todo mundo sabe que a gente fica menos seletivo e começa rever os conceitos. 

terça-feira, 31 de março de 2015

Me aventurando na internet - Cáp. 1 Será? Será ?





Bem, meninas eu vou confessar! Eu sei, eu sei que se eu sair um pouco, circular por ai , eu certamente encontraria alguém interessante e que esteja na mesma “vibe” que eu. Mas ultimamente eu tenho andado caseira, estou com uma rotina de estudos um pouco puxada, não estou bebendo (muito), parei de fumar e parei de trepar (não, isso não. Eu dei um jeitinho para reencontrar aquela amiga das antigas, rs. Mentira!!). Rs 

Enfim, sem namorada para conversar no fim de noite, sem amiga solteira e com paciência para conversar no fim de noite, me veio à mente: - E o bate-papo? . Comecei a discutir comigo mesma: “Será que aquilo (veja o preconceito) ainda existe?”, “Será que há mulheres ali?”, “Será que só dá as coroas?”, “Será que eu sou coroa?”, “ Será que vou ter paciência com as mulheres que são bi?” , Será? Será? Será?.

Depois de discutir muito comigo mesma, decidi entrar, afinal se eu estava entrando é muito provável que haja alguém como eu perdida por ali. Bem, depois de 5 minutos de convites para iniciar uma casada , de fazer ménage, para tirar a toalha de um maluco, apareceu a bendita perdida que eu estava buscando.

Conversando com ela, me ganhou de primeira porque não cometia nenhum erro de português , nem mesmo aquele comum do “mas” e do “mais”. Hoje em dia achar alguém que saiba a diferença entre um e outro é um achado. Pois bem, conversa vai, conversa vem a criatura cismou que queria me conhecer pessoalmente, e eu relutando porque, vai que ela não me encante os olhos, mas me lembrei do “Whats app”, trocamos telefone. 

 To be continued....